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Créditos
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Este mapa encontra-se no Estado do Brasil coligido das mais sertas noticias q[ue] pode aivntar dõ Ieronimo de Ataide. Por Ioão Teixeira Albernas, cosmographo de Sya Ma[gest]ade. Anno: 1631., cuja autoria é de João Teixeira Albernaz. Ele é acompanhado de mais dois mapas do Espírito Santo. A obra está na mapoteca do Ministério das Relações Exteriores, no Rio de Janeiro.
Em 1631, os padrões de cores também são diferentes em relação às obras anteriores. Albernaz aposta em bordas esverdeadas em seus primeiros mapas: no mapa de 1616 as margens dos rios são cercadas de árvores, que tem um estilo próprio: um tronco alto e galhos e folhas em um formato circular; em 1626 boa parte da terra é esverdeada e as árvores já se espalham pelo continente em pequenos aglomerados; em 1627, as coisas são diferentes, pois as árvores já são em menor número, e o terreno assume uma cor marrom com detalhes verdes apenas. A obra de 1631 tem ainda outro estilo. Terra marrom, rios mais espalhados e intrincados no continente, as árvores são em menor número do que antes.
O Sul do Espírito Santo aparece em todos os atlas portugueses a partir deste. Aqui, o brasão não pode ser visto, mas seu espaço, em branco, é visível acima do cartucho do título, sem descrição. Nele está escrito “Capitania do Spírito Santo”. Não há construções no mapa, nem qualquer símbolo que marque a presença de colonos ou indígenas além dos topônimos no litoral. Frei Vicente do Salvador escreveu que “os portuguezes só sabem conquistar, e não povoar”[1], mas como é discutido neste capítulo, os portugueses já estavam presentes nessa região desde meados do século XVI, principalmente em missões jesuíticas.
Perto de Reritiba (que também é chamada de Iriritiba na cartografia) aparece o arrecife que se expande da costa para o mar, formando uma entrada natural para o rio, que também era fundo o suficiente para as embarcações. Ali havia uma missão jesuítica conhecida, e suas margens eram tidas como férteis e boas para povoar.
A região Sul da capitania, devido à baixa ocupação portuguesa, estava sujeita à presença de outras nações. As praias do sul do Espírito Santo, como Itaoca e Itaipava, acabaram servido como um ponto de apoio para colonizadores franceses[2]. Diante dessas praias, mostram os mapas, ficava a Ilha dos Franceses, que teria sido utilizada como base militar para a invasão no Rio de Janeiro, de meados do século XVI[3].
O rio da Paraíba também merece destaque dos escritores[4]. Pertencente à Capitania de São Tomé no século XVI, foi próximo a ele que o donatário Pero de Góis iniciou a colonização de seus territórios. Poucos anos depois, suas forças foram derrotadas pelos índios e Vasco Fernandes Coutinho teria ajudado em sua retirada[5]. De acordo com os mapas, o rio era capaz de receber navios de grande porte.
A ideia de se construírem novas povoações no sul do Espírito Santo ou na Capitania de São Tomé não foi esquecida durante o período colonial, mas enquanto os colonos tinham dificuldade em se estabelecer próximo ao Paraíba, os jesuítas conseguiram estabelecer aldeias em regiões próximas. No final do século XVI já havia a aldeia de Reritiba, então no rio de mesmo nome, além da fazenda de Muribeca, na altura do rio Itapemirim[6].
Os topônimos presentes no mapa são:
- Cabo de São thome
- Praýua
- rio Itapemiri
- Serra de Gua
- Ilha Dos Françezes
- rio ýrirituba
- rio Guaraparý
- Ilha escalvada
- rio de Perocão
- Ilhas de Perocão
- Ponta da fruta
- Morro de Yoão moreno
- Sprito Santo
Nesta obra, este mapa é acompanhado de mais dois mapas do Espírito Santo, como pode ser visto abaixo. Clique para acessar informações de cada um:
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